terça-feira, 18 de março de 2014

Dia Internacional da Mulher

As lutas marcaram as principais conquistas e avanços ao longo da História da Humanidade. Lutas sangrentas, como as de Júlio César; lutas ideológicas como a da revolução Francesa, inaugurando uma nova cultura para os franceses e para todo o ocidente; lutas políticas como a das Diretas Já!; lutas silenciosas como a de Ghandi pela emancipação dos seus. Lutas. Liberdade. Emancipação.
Os protagonistas destas e de muitas outras histórias deixaram suas marcas para as gerações que se seguiram.
Mas e as mulheres? Onde entram nesse contexto de luta?
Desde a revolução francesa o papel da mulher passou a não estar ligado tão somente ao caráter doméstico do cotidiano. Ela agora contribuía ativamente na cultura, na política e na economia de seus países. No entanto, não sem muita opressão ideológica e física. Muitas foram torturadas outras mortas, por suas formas revolucionárias de agir e de pensar.
O certo é que elas se organizaram cadê vez mais e em várias partes do mundo. Começando na França, passando pela Inglaterra e culminando nos Estados Unidos , durante a chamada “queima dos sutiãs”, protesto que ia de encontro ao padrão estético repressor ditado pelo concurso miss universo, em 1967, onde 400 ativistas expuseram saltos altos, cílios postiços, sprays de cabelo, revistas, maquiagens e toda ordem de objetos que simbolizavam a beleza ocidental feminina. Seu lema era de que não só de beleza se constituía a mulher, mas de potencial humano e intelectual.
Tinham ainda a experiência latente que a segunda Grande Guerra lhes trouxera, incitando-as a exercer sua liberdade política e social como modificadoras e operadoras da realidade em que se encontravam.
Na Rússia czarista, um grupo de mulheres industriarias decidiram reivindicar por melhores condições de trabalho,principalmente em relação a fome de que eram vítimas, e como forma de protesto contra a entrada daquele país na primeira grande guerra.
Não muito tempo depois, outros movimentos, na Tchecoslováquia, na Alemanha e nos Estados Unidos, depois do notório incêndio na fábrica têxtil de Triangle Shirtwast em Nova Iorque, também ecoaram mundo a fora, causando ações extremamente reacionárias por parte dos governantes. Muitas mulheres morreram, foram vítimas de seus maridos, de seus pais e de condições de trabalho
insalubres e perigosas e principalmente da sociedade.
A data que inaugura a homenagem à mulher no calendário anual é imprecisa. Surgiram datas distintas em diferentes lugares sob diversos contextos. Então, na década de 1970, a ONU internacionalizou a data para lembrar as conquistas sociais, políticas e econômicas alcançadas ao longo do tempo sob as ações de várias personagens.
No Brasil, um momento de suma importância é o ano de 1932, onde o voto feminino é instituído. Além disso, poderiam tomar posse de cargos executivos e legislativos. Não mencionamos ainda as cientistas, que contribuíram para o progresso da ciência e do avanço da humanidade.
Obviamente, não cabe aqui todas em seu grau de importância, mas merecem destaque também, as brasileiras, como Nise da Silveira, Médica psiquiátrica do estado de Alagoas que aprofundou estudos sobre a violência e a criminalidade entre as mulheres; Graziela Maciel Barroso, Botânica natural de Corumbá, MS, que realizou um vasto trabalho de catalogação de espécies botânicas da mata atlântica, muitas já extintas; Elis Regina, nascida em Porto Alegre, foi uma das fundadoras da Federação Brasileira dos Músicos, contribuiu vastamente para a cultura do país.
Enfim, ao longo desta jornada pela liberdade e pela auto afirmação de uma identidade autônoma, estas e muitas outras mulheres,tornaram-se impar em suas passagens pela vida e pela História. Foram e são, não apenas mulheres, ou cientistas ou artistas ou personagens, foram e são, mãe, tia, sogra, avó, sobrinha, neta, namorada, filha, esposa, irmã, prima, nora, noiva, são geradoras de outras vidas, são símbolos de resistência contra a sociedade machista em que ainda estamos imersos, representam a vitória sob vários aspectos.
Assim como estas que se foram ou que estão entre nós, muitas outras ainda estão por vir para se inspirarem nestas e naquelas e contribuírem muitos mais ao mundo.
Parabéns a todas as mulheres!

(Texto: Cadete M. Araújo- Fotos: P5 Batalhão Acadêmico)

Nenhum comentário: