"Cedendo ao império das circunstâncias, resolvo partir com toda a minha família para a Europa amanhã, deixando esta pátria de nós estremecida, à qual me esforcei por dar constantes testemunhos de entranhado amor e dedicação durante quase meio século, em que desempenhei o cargo de chefe de Estado. Ausentando-me, eu com todas as pessoas de minha família, conservarei do Brasil a mais saudosa lembrança, fazendo votos por sua grandeza e prosperidade." (D. Pedro II, a 17 de novembro de 1889, antes de sua viagem a Portugal)
Neste dia 15 de novembro, foram relembrados os 124 anos que o Brasil deixa de ser uma monarquia – regida pelo Imperador – para se tornar um sistema republicano de governo. Embora isto signifique mais uma oportunidade de descanso para a maioria dos brasileiros, significa, sobretudo a instauração de uma república e a representatividade de 34 presidentes ao longo de sua existência.
Em seu primeiro momento, a República Federativa do Brasil foi composta de um governo instaurado provisoriamente por membros ligados a maçonaria. A principal motivação que levou estes distintos intelectuais e políticos a destituir D. Pedro II foi o crescente número de profissionais autônomos e da administração pública, bem como jornalistas (que em sua maioria eram compostos de imigrantes e descendentes de europeus) que almejavam por sua participação nas decisões do país. Além disso, a Igreja, ainda muito poderosa politicamente naquela época, não mais apoiava ao império devido as comuns associações deste com a maçonaria.
Embora o Marechal Deodoro da Fonseca estivesse diretamente ligado à administração de D. Pedro II, de ter aderido ao movimento republicano as vésperas do golpe e mesmo estando doente por um ataque de dispneia (daí o boato de estar preso, o que motivou o golpe engendrado pelos militares), foi ele quem foi escolhido para assumir a posição central na instauração do novo governo. Tanto que fora empossado como Chefe de Governo Provisório em um primeiro momento e como primeiro Presidente da República posteriormente.
Infelizmente a História nos mostra que a ideia de república (do latim res publica, "coisa pública", ou seja, voltada para o “bem comum”), em vários momentos e por vários motivos, foi esquecida: basta lançarmos olhar sobre os números do PIB (Produto interno Bruto) e do IDH (índice de Desenvolvimento Humano) brasileiros. Em consequência disto o Brasil tornou-se um país carente de políticas públicas sérias tornando sua população desacreditada politicamente, cada vez menos voltada para o exercício da cidadania, o que propicia a perpetuação desta tendência.
Alguns feitos, no entanto, salvam a esperança. Esperança em um Brasil mais igualitário, onde a população seja ativa e tenha consciência de sua força. Onde todos se lembrem de que a cada dia nasce um brasileiro que poderá contribuir a tão almejada sociedade justa e igualitária, livre de preconceitos infundados e da ganância e corrupção de alguns que relegam o bem comum para último lugar.
A mulher já galgou grande espaço em uma sociedade predominantemente machista. No entanto ainda há muitos outros brasileiros que com poucas alternativas, superam suas limitações e enaltecem o fulgor de nossa pátria, fazendo-nos orgulhosos e nos dando inspiração pelo destaque e dedicação em seus atos.O Estado Democrático de Direito brasileiro foi brindado com uma importante decisão neste dia 15 de novembro de 2013: a condenação dos envolvidos no caso do mensalão, reacendendo a chama de fé na Justiça que há muito estava apagada. Que a lembrança da República seja por nós mais discutida, mas analisada, mais criticada. Que a mudança positiva aconteça. E que sirva de inspiração, do mais novo ao mais velho, para os mesmos sentimentos de amor pátrio, proporcionando o enriquecimento das próximas gerações.
(...)
Seja um hino de glória que fale
De esperanças de um novo porvir!
Com visões de triunfos embale
Quem por ele lutando surgir!
(...)
Eia, pois, brasileiros avante!
Verdes louros colhamos louçãos!
Seja o nosso País triunfante,
Livre terra de livres irmãos!
Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós,
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz
(Texto: Al Of Pm Fabiana/ Al Of Pm M. Araújo/ fotos:http://pt.wikipedia.org/wiki/Revista_Illustrada)
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